segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ganhos locais x globais (III/III)

O tópico final, como urgido pelo companheiro Charles, trata sobre privilégios voltados especificamente a grupos de interesse. E dos grupos mais vis, diante dos quais lobbistas e traficantes parecem vilões estilo Gargamel. Me refiro às associações/gangues de profissionais, isto é, às reservas de mercado destinadas a castas selecionadas. Na verdade, a raiva contra eles é tamanha que eu só criei essa série de ganhos locais x globais para tratar do tema. Minha raiva é tamanha, que estou pensando em me aprofundar mais nessas searas...

Quando você tem uma reserva de mercado qualquer que seja a extensão ou o conteúdo, o resultado invariavelmente é um só: o bem público fica subservido para que privilegiados nadem nas boa-venturas, rindo da população, os idiotas. Tudo isso com as salvaguardas e o discurso mais baixo possível: "amigos, essa é a lei e estamos fazendo isso pelo vosso bem. É a justiça social"... AHAHAHAHAHAHAHA (Minha risada será retomada mais a frente, com mais amargura. Antes, um exemplo da luz no fim do túnel....)

Por vezes, o bom-senso impera. Jornais já contratavam especialistas sem diploma em jornalismo. O impensável era ver o público sofrer com reportagens de leigos-jornalistas às custas da informação correta. De fato, às vezes dá para enxergar em 2 segundos que em certo assunto que possuímos razoável domínio, quem escreveu é leigo. Os jornais, graças a Deus, entendiam como deveriam entender que a boa informação não pode ficar subjulgada a gangues do diploma.


Infelizmente, essa não é nem de perto, a realidade no mundo do Direito. Lá, impera o reinado dos advogados... Não importa a causa, não importa a complexidade da matéria a ser julgada. Amigão, você não pode lavar vossa bunda juridicamente ou fazer absolutamente nada sem o intermédio de um advogado. O mais triste de tudo é tentar fazer um diálogo sobre isso com quem se beneficia da pilhardia. Aí que dá um aperto no coração. Eles vão argumentar que a lei é um aparato complexo ou que os juízes não podem perder tempo com o cidadão comum. Como se ambos, lei e juízes, não existissem como o único propósito de servir ao cidadão comum. Nisso, qualquer partilha de herança, por mais amistosa e simples que seja, vai precisar do nosso amigo de todas as horas, o advogado camarada e das suas infinitas horas de trabalho em meio a conveniente burocracia e morosidade do sistema. E o resto, vítima da intocabilidade das leis e dos juízes, que se vire para pagar 6% que o amigo tem DIREITO. AHAHAHAHAHAHA (Falei que ela voltava!)

Assim é fácil manter nenhum ânimo para tentar mudar qualquer coisa que seja... Só mesmo nesse tipo de país para que haja mais advogados sendo formados do que Engenheiros... Cada um atrás do seu quinhão!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ganhos locais x globais (II/III)

Bem, a segunda parte da trilogia da nerdisse que me aventurei a falar vai na mesma onda mas parte do prisma empresarial, aí sim a seara de loucasloucuras e ventoaventuras da Engenharia de Produção... Entre as muitas aplicações dessa lei nas empresas, vou me ater a um sub-universo.

Estou lendo atualmente um livro bem interessante sobre relações comerciais, que analisa a distribuição de poder entre comprador e fornecedor. Sua principal tese é que nenhuma parte permite sub-otimizações nas suas transações comerciais: de forma geral fornecedores querem maximizar lucros e clientes querem mais qualidade por menor preço possível. Entre as muitas críticas que o livro faz está a de que a literatura atual de Marketing ao buscar somente a visão do fornecedor é extremamente fragmentada, míope e ingênua, não dando conta dessa tensão intrínseca, achando que os clientes vão aceitar lucros extorsivos.

A GM se estabeleceu como a principal empresa industrial do mundo utilizando um modelo que forçava ao máximo extrair lucros de seus fornecedores, o uso extensivo de competição na indústria de auto-peças e o estímulo desta. O preceito básico é a de que os resultados locais de cada empresa é o melhor para o todo da economia.

E aqui chega ao ponto que queria expor para vocês pensarem. Os japoneses são fodas. Eles ainda não se permitiram ser estudados quanto a relação "tamanho peninano x complexos e distúrbios de personalidade x escapes encontrados no trabalho". Só sei que o Japão já ensinou muito ao Ocidente sobre uma outra forma de fazer mais coisas com menos enVERGADURA...


O Japão desenvolveu a partir da década de 60 instituições no âmbito nacional para muitos setores de sua indústria que, ao invés da COMPETIÇÃO buscavam a COOPERAÇÃO. Então os players das indústrias japonesas, que já tinham 3 ou 4 fornecedores (contra centenas gerenciados por seus embatentes americanos) passaram a desenvolver produtos e mercados em parceria não apenas com seus fornecedores, mas com seus competidores. Quando soube disso pela primeira vez, minha cabeça entrou em parafuso. A premissa é que competidores se ajudando mutuamente podem atingir melhores resultados globalmente. Em 10 anos, os japoneses estavam entrando nos EUA e em 40 anos, estavam levando as 3 grandes de Detroit à (quase) falência.

Isso não pode ser somente explicado por diferenças culturais, existem sérios distúrbios na individualidade deles que ajudam a explicar porque eles não possuem nenhuma auto-estima! (Isso está inclusive em vários Mangás quando ex-vilões viram aliados no decorrer da saga...DBZ).


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ganhos locais x globais (I/III)


Essa é uma postagem em três to-tomos (por enquanto). Assim sendo, segue a primeira, sem grandes brilhantismos mas com muitos conceitos nerds envolvidos (sempreeeee!).

....
Bem, um dos preceitos básicos que aprendemos na Engenharia de Produção é sobre a falácia relacionados aos pontos ótimos, isto é, onde se atingiu a melhor solução possível para o conjunto de variáveis de certo sistema. A falácia em questão é a de que ótimos locais produzem ótimos globais. Ou que a soma dos melhores esforços individuais não trazem os melhores resultados para o grupo. Sim, isso é idêntico ao que o John Nash falou e ficou imortalizado na cena da loira no bar de Uma Mente Brilhante. Grandes novidades né...

Quando a gente para para pensar nas aplicações dessa lei simples de dinâmica de sistemas, vê que tem muuuita coisa errada na atualidade. Escrevo hoje a primeira parte dos to-tomos para dividir com vocês em parte a minha insatisfação com o modelo de trânsito atual.

A introdução e a consolidação do carro foi a afirmação das liberdades individuais em nossa sociedade, um grande impulso a afirmação do indivíduo (-alismo) sobre o coletivo (-ismo). As próprias cidades largaram de mão os bondes e passaram cada vez mais a se basear no carro. Barra da Tijuca que o diga. Nada parece reprimir o apetite voraz das cidades por mais faixas de trânsito, mais estacionamentos, mais postos de gasolina (coitada da Zona Sul nessa), mais revendas, mais... mais...

O problema do carro é que cada motorista agindo com a melhor das intenções vai inevitavelmente buscar o melhor resultado para si. O objetivo de cada pessoa é fazer seu percurso no menor tempo respeitando os limites de segurança ao qual cada um se permite. O problema é quando há menos espaço para realizar essa dinâmica do que todos os sujeitos gostariam. Quando eventualmente o motorista cede a vez no trânsito, ele pode estar atrasando toda a faixa atrás de si. Cada freada, cada cessão de passagem são uma subotimização para a velocidade média da faixa como um todo. E aí não precisa nem chegar aos famosos engarrafamentos, estou falando de qualquer atraso...

A solução? Ao que tudo indica, ela passa por uma revisão do modelo. Ainda que centrada no conceito do carro (ver Discovery Channel é legal porque sempre tem uns japoneses que reinventam cidades do futuro e muitos se libertam dos carros - mas é papo proooutro dia): carros controlados remotamente por um nó central. Assim, computadores poderiam calcular a velocidade média máxima das vias de uma metrópole contabilizando o fluxo de carros a cada instante, instantaneamente controlando e corrigindo cada elemento do sistema para se adequar ao máximo global. Sim, isto é idêntico ao sistema de tráfego ilustrado no Minority Report.

Vi outro dia em um Discovery Channel da vida, que até mesmo mecanismos de transferência de dinheiro poderiam ser pensados: caso algum apressadinho quisesse demorar menos, ele pagaria para passar a frente dos demais, e estes receberiam dinheiro. Ou seja, um sujeito poderia ganhar a vida andando de marcha ré no trânsito. OOOOOO BELEZIIIIIINHA!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

All around the world

Gão tá certo, esse blog ta meio abandonado. Eu culpo a preguiça e a faculdade, mas principalmente a falta de boas ideias e a intolerância, tenho achado tudo um lixo (drama queen!). Agora que eu vou voltar a ser escrava (será que algum dia eu vou arrumar um emprego easygoing?), vai ficar ainda mais complicado atualizar, mas eu vou dar um jeito.

O pior de tudo vai ser ficar sem férias até 2011, eu sou muito bem mal acostumada a viajar sempre. Ou seja, menos um ano pra conhecer todos os lugares que eu quero antes de ter filho (o que eu espero que não aconteça nos próximos dez anos!). NY & Flavinha, fica pra uma próxima...

Hoje, no Globo.com, tem a seguinte notícia, bem engraçada: http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1399047-6091,00-ALEMAO+BEBADO+E+FLAGRADO+CORRENDO+NU+PELAS+RUAS+DE+CIDADE+TAILANDESA.html
 


 
 
Daí eu fiquei lembrando da Tailândia – e achando bem hipócrita eles terem prendido um homem nu, num lugar onde tudo pode (mas o cara foi burro, devia ter tirado a roupa na Full Moon Party, não ia ter erro). Tailândia foi um sonho realizado e, definitivamente, um lugar onde todos os solteiros do mundo deveriam ir antes de morrer (eu fui comprometida, então talvez eu tenha que ir de novo um dia).
 


 
 
Se eu tivesse que fazer um Top 10 das minhas trips favoritas e um Top 10 das que eu ainda quero fazer, ia quebrar a cabeça e não acharia a resposta certa. Cancun, NY, Machu Pichu, Noronha, Las Vegas são alguns dos lugares “basiquinhos” que ainda não deram o ar da graça na minha vida. Thai, Bali, Austrália, Califa, NZ, Capetown, já foram riscados da minha lista, mas não me deixam dormir de saudade.
 
Me ajudem, aí! Quais são as top trips de vocês? (vale tudo, de Europa a OREM)