sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ganhos locais x globais (I/III)


Essa é uma postagem em três to-tomos (por enquanto). Assim sendo, segue a primeira, sem grandes brilhantismos mas com muitos conceitos nerds envolvidos (sempreeeee!).

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Bem, um dos preceitos básicos que aprendemos na Engenharia de Produção é sobre a falácia relacionados aos pontos ótimos, isto é, onde se atingiu a melhor solução possível para o conjunto de variáveis de certo sistema. A falácia em questão é a de que ótimos locais produzem ótimos globais. Ou que a soma dos melhores esforços individuais não trazem os melhores resultados para o grupo. Sim, isso é idêntico ao que o John Nash falou e ficou imortalizado na cena da loira no bar de Uma Mente Brilhante. Grandes novidades né...

Quando a gente para para pensar nas aplicações dessa lei simples de dinâmica de sistemas, vê que tem muuuita coisa errada na atualidade. Escrevo hoje a primeira parte dos to-tomos para dividir com vocês em parte a minha insatisfação com o modelo de trânsito atual.

A introdução e a consolidação do carro foi a afirmação das liberdades individuais em nossa sociedade, um grande impulso a afirmação do indivíduo (-alismo) sobre o coletivo (-ismo). As próprias cidades largaram de mão os bondes e passaram cada vez mais a se basear no carro. Barra da Tijuca que o diga. Nada parece reprimir o apetite voraz das cidades por mais faixas de trânsito, mais estacionamentos, mais postos de gasolina (coitada da Zona Sul nessa), mais revendas, mais... mais...

O problema do carro é que cada motorista agindo com a melhor das intenções vai inevitavelmente buscar o melhor resultado para si. O objetivo de cada pessoa é fazer seu percurso no menor tempo respeitando os limites de segurança ao qual cada um se permite. O problema é quando há menos espaço para realizar essa dinâmica do que todos os sujeitos gostariam. Quando eventualmente o motorista cede a vez no trânsito, ele pode estar atrasando toda a faixa atrás de si. Cada freada, cada cessão de passagem são uma subotimização para a velocidade média da faixa como um todo. E aí não precisa nem chegar aos famosos engarrafamentos, estou falando de qualquer atraso...

A solução? Ao que tudo indica, ela passa por uma revisão do modelo. Ainda que centrada no conceito do carro (ver Discovery Channel é legal porque sempre tem uns japoneses que reinventam cidades do futuro e muitos se libertam dos carros - mas é papo proooutro dia): carros controlados remotamente por um nó central. Assim, computadores poderiam calcular a velocidade média máxima das vias de uma metrópole contabilizando o fluxo de carros a cada instante, instantaneamente controlando e corrigindo cada elemento do sistema para se adequar ao máximo global. Sim, isto é idêntico ao sistema de tráfego ilustrado no Minority Report.

Vi outro dia em um Discovery Channel da vida, que até mesmo mecanismos de transferência de dinheiro poderiam ser pensados: caso algum apressadinho quisesse demorar menos, ele pagaria para passar a frente dos demais, e estes receberiam dinheiro. Ou seja, um sujeito poderia ganhar a vida andando de marcha ré no trânsito. OOOOOO BELEZIIIIIINHA!

3 comentários:

  1. Ja perdi 15 anos de vida util me estressando no transito, sou a pior (ou melhor) pessoa pra falar sobre esse assunto. Atualmente, meu trajeto de ida e volta pro trabalho toma cerca de 3 horas do meu dia. Se eu ficar burra ou obesa, já sabem de que é a culpa.

    Acho o sistema de transito e transportes uma piada, e nao me venham com essa desculpa de que o Rio é cercado por mar e montanha e em cima de mangues. A Engenharia e a Tecnologia tao ai pra mostrar que tudo eh possivel.

    Quero um Smart, mas nao tenho dinheiro nem seguranca pra isso. Quero um carro a ar ou um Renault eletrico, e espero que alguem ande pra industria do petroleo e comece a investir pesado em energia alternativa.

    Quero uma alternativa aos lobbys e aos orgaos corruptos pra que as melhores decisoes possam ser tomadas. Quero morar numa cidade civilizada.

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  2. tu vi o programa q da pena do cara q inventou um carro voador q naum voa? o q fala a respeito da LAST MILE?

    De qq forma esses programas aguçam meu pessimiso.
    A humanidade esta mais perto do fim do q da otimizacao de qq porra ...

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